Uma história de amor

Una bandada de mares tus labios,
sal ida
que no encontraré en estas palabras.
Jacob Lorenzo...


Para "O", de quem apenas transcrevi a história



William nunca imaginou que aquilo pudesse ter acontecido com ele. Não porque não acreditasse no amor, sempre fora um romântico, mas o que sentia agora transcendia tudo que sentira antes.

Gabriela mudara a sua vida. Mudara sua percepção do que era amar. Mudara até mesmo seus conceitos temporais a respeito do mais nobre sentimento.
Descobriu que a amava quando ele nem sabia que um dia ela entraria na sua vida. Mesmo antes que ela existisse, até porque ela só veio à existência depois dele.

Descobriu que a amava nos encontros intermitentes que tiveram, que ela era um sonho branco, salpicado de estrelas.

Descobriu que, sem saber, a amara acidentalmente nas ruas, nas escadas, nas casas.

Seus olhos não a viam no meio da multidão. Ele só via uma coleção de rostos, e ela, mesmo no meio deles, ainda não dizia nada para ele.

Até o dia que sua imagem saltou aos olhos de William, hipnotizando-o. E ele passou a querer sempre mais.

Provocou um encontro e, apesar do fato de que ela também o amava, ainda não tinha se apercebido disso.

A voz de Gabriela, que ele nem lembrava mais como era, completou a sedução. Mesmo assim, sem ela saber, ele a amava à distância.

E a amou durante todos contatos seguintes. Agora que a achara, não podia mais perdê-la.

Ela o amou no dia em que notou que ele prestava atenção nos seus detalhes.

Eles se amaram quando, enfim, tiveram o seu começo, mesmo entre nuvens carregadas.

E se amaram em todas as situações pelas quais passaram. Altos, baixos, tensos, relaxados, preocupados, tranquilos.

E quando chegassem perto do fim dos seus dias, descobririam que não existia o fim dos dias.

E que se amariam por tantas eternidades quantas surgissem diante deles. E depois das eternidades ainda por muitos anos.

Desde sempre. Para sempre

Comentários

Arimar disse…
Fábio.
É sempre confortante ler coisas de amor, nos deixa mais leve.
Fico pensando na grande verdade, quando se ama, "não existe fim dos
dias".
Bom final de semana.
Beijos.
Texto e imagens fortes, uma delícia de se ver

beijos
clau disse…
Pois eu acho que esta sua estòria é uma metafora daquilo que seria o amor verdadeiro, onde o fulano ja deve ser um individuo predisposto a amar. E, principalmente, nao esperando que o ciclano tenha os requisitos para ser amado por ele e sim, que seja o alvo deste seu dom.Enfim...
Bela utopia esta de William e Gabriela. rss
Boa semana, Fabio.
Bjs!
Bel disse…
"E que se amariam por tantas eternidades quantas surgissem diante deles. E depois das eternidades ainda por muitos anos."

Eu disse algo parecido no dia do meu [primeiro] casamento. "E ainda que a morte nos separe, muito mais te amarei na eternidade".

É, ele conseguiu fazer a proeza de não me deixar cumprir a promessa!!! ;)
Fábio Adiron disse…
Arimar: eu também acredito nisso

Vilma: o amor é uma coisa forte

Clau: de utopia também se vive

Bel: mas tenho certeza que agora está com o cara certo
Anônimo disse…
Amor acaba quando o dinheiro acaba, vamo ser realista.

Casamento= ate que a pobreza os separe...
Fábio Adiron disse…
Meu caro (ou será cara) anônimo...discordo de você por experiência própria e de outros. Se o amor acaba por falta de dinheiro não era amor, era conforto financeiro...

Postagens mais visitadas deste blog

Poemeto sintagmático

Basium, osculum e suavium

Mais ditados impopulares