Dieta dos 50

Desde a minha tenra infância eu sempre fui conhecido como o homem sanfona. Meu peso sobe e desce continuamente. Mais sobe do que desce, diga-se de passagem. Considerando que nasci quase com 5 kg e minha mãe não sofria de diabetes, você pode imaginar.

Atualmente estou em mais uma das minhas dietas. Um hábito sempre que ultrapasso os três dígitos. Já perdi quase 10k e ainda tenho espaço para perder mais uns 6 ou 7. Nada muito diferente do passado, exceto a reação das pessoas.

Eu fiz dieta com 14 anos, com 20 e poucos, com 20 e muitos, com 30 e tantos e várias tentativas depois dos 40. Atualmente, faltando poucos meses para eu chegar aos 50 resolvi radicalizar. Não tomo remédios mágicos, nem os chás Veronese ou Hooker, apenas me garanto que gasto muito mais calorias que consumo diariamente. Menos comida calórica, mais exercícios. Funciona.

Claro que depois de perder quase dois sacos de arroz a minha aparência mudou, é visível a diferença e é impossível que quem me conhece não perceba.

Felizmente minha esposa ficou satisfeita com o novo visual, afinal de contas é quem me inspira o esforço. Mas ela está longe de ser uma unanimidade.

Diferente de outras dietas quando era mais jovem, as reações das pessoas são muito diferentes. Antigamente me olhavam com expressão de alegria e satisfação e elogiam minha perda de peso. Agora, quase todos calam. Imagino que pensem que, com a minha idade, eu devo estar emagrecendo por motivos que, talvez, seja melhor não perguntar.

Ainda não aconteceu, mas estou esperando a hora que alguém vai me perguntar se eu fiz cirurgia de redução de estômago.

Mesmo os que comentam algo é de forma bastante cautelosa, morrem de medo de cometer uma gafe. Eu observo tudo e me divirto, apesar do sinal inequívoco de envelhecimento, como idade nunca foi um assunto que me incomodasse, não lamento essas constatações.

Já tinha descoberto que estava cheio de anos quando, ao pesquisar os documentos para tirar passaporte, descobri que não precisava mais apresentar minha carta patente (sou oficial da reserva, não tenho reservista). Daqui a 10 anos já terei direito até à fila preferencial. Uma conquista.

Só espero não engordar tudo de novo e, aos 60, ter de fazer regime de novo. É bem capaz das pessoas, ao invés de elogiarem meu emagrecimento, me mandem procurar um médico.

Comentários

Eu também sofro o efeito sanfona, tenho facilidade para engordar e emagrecer,mas as pessoas só me perguntam quando eu engordo, risos. Parabéns pela conquista, eu tinha até percebido, mas como só te vejo por foto, não deu para ter certeza

beijos de quinta feira
O Tempo Passa disse…
Alguém próximo ficou doente? Pergunto porque meu cunhado decidiu baixar dos 3 dígitos depois que um parente teve um infarto, passou por cirurgia e o médico lhe disse que ele só não morreu porque não era obeso...
Raquel disse…
Nem me fale de "efeito sanfona"
por conta disso virei um efeito "cascata".
Arimar disse…
Querido Fábio.
Você é uma daquelas pessoas que gordo ou magro sempre agrada( embora eu não seja a pessoa ideal para dizer isso, pois só o vejo virtualmente e fisicamente, apenas uma vez por mês, rs rs )
Mas, já que você abriu espaço vamos lá:
Algumas perguntas insanas:
E suas roupas, como ficaram?
E o estilo "barba" faz parte do conjunto?
E a fome, diminuiu?
E os doces e sandubas , sumiram?
Meu cardiologista me disse para emagrecer 20 quilos, mas estou esperando a primavera de Praga para tomar ânimo.
Beijos.
Arimar disse…
Eu de novo:
Esqueci de dizer, já estou nos 60, e vou esperar você chegar, para contar como é e se eu me animo.
Beijos.
Fábio Adiron disse…
Vilma: pode ter certeza..mesmo por foto

Rubinho: não que eu saiba...tétrico você

Raquel: efeito cascata em sobrepeso, só rolando escada abaixo

Arimar: as roupas estão largas, a barba é anterior ao regime, a fome é a mesma, só mudei os conteúdos. Não faço questão de doces. Os sandubas sumiram.
Bel disse…
Ô povo que adora se meter na vida dos outros!!!

Fico feliz que vc esteja conseguindo sem fórmulas mágicas. Eu já nem sei o que faço. O certo é que por enquanto, estou zerada no quesito "exercícios". Quem sabe agora, sem trabalhar, eu consiga voltar ao pilates? E à yoga? E caminhar na orla? E... ixe, tenho que estudar, não sou vagabunda!!! (Será que vou me lembrar disso?

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